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exposição

FRAGMENTOS DA MEMÓRIA

A exposição Fragmentos da Memória traz um paralelo entre o passado e o
presente que ao se conectarem apresentam conceitos marcados pela fragilidade
e pela desigualdade enfrentadas na Cidade Tiradentes, bairro da periferia da
cidade de São Paulo. As obras que compõem a mostra são sentimentos
imagéticos da artista Koral Alvarenga que expressam sensações como medo,
insegurança, impotência, luta, resistência e sagacidade. As criações artísticas
trazem em suas composições a tecnológica como suporte, fazendo uma
intersecção sobre as fatias das memórias e as modificando, já que a tecnologia
permeia o contexto de capturar a realidade e transformá-la em novas narrativas
poéticas.

Camila Dias Alvarenga conhecida também pelo seu nome artístico Koral
Alvarenga
, pós Graduada pela UNESP ,possui uma pesquisa com
tridimensionalidade e tecnologia. “A intenção é levar a pesquisa para a
periferia”, destaca Koral.. É moradora da região de São Mateus zona leste de
São Paulo, artista visual que desenvolve trabalhos de imagem, intervenção
urbana e 3D, mesclando processos de modelagem 3D, escaneamentos 3D,
realidade virtual com imagens 360º e realidade aumentada. É co-criadora do
Coletivo VIA pelo qual, já teve a oportunidade de realizar diversos projetos
artísticos com coletivos culturais de mulheres em áreas de alta vulnerabilidade.
Traz uma vasta experiência como docente de mais de 10 anos e atuou também na área cultural com projetos ligados a arte educação em periferias com processos de atelier aberto com linguagens tridimensionais através de
programas como: Agente Comunitário de Cultura, oficinas municipais de cultura e PIÁ.

Koral capa.jpg
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GÊMEA​

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

Este tríptico apresenta um pouco de como vivem as crianças na Cidade  Tiradentes, que na maioria dos contextos cuidam de seus irmãos e irmãs. Um  recorte sobre o olhar materno que aflora desde cedo, as crianças tomam o lugar  do cuidador, que muitas vezes precisam trabalhar para sustentar a família.  Crianças se constroem coletivamente nesse processo e na fase adulta criam  rumos diferentes rompendo com suas raízes afetivas a procura de novos  horizontes, a fase adulta presente nas imagens é marcada pelo distanciamento  afetivo e solidão. Particularmente em minha trajetória tive o privilégio ter uma  irmã gêmea e dessa nossa relação familiar da infância trago as figuras em  simbiose que se fundem e se confundem enquanto na terceira imagem me  apresento em um autorretrato solo trazendo este olhar do distanciamento com a  vida adulta.

PAPAI 

Técnica: Modelagem 3D, CNC 
Material: MDF 
Tamanho 210mm 

 

Esta série traz um olhar sobre a violência em meu íntimo, de como foi conviver  a infância e adolescência com o pai servindo a segurança pública do Estado de  São Paulo e ao mesmo tempo experienciar a realidade das ruas da Cidade  Tirantes marcada pelo genocídio em massa da população pobre, contrastes de  realidades que se fazem presente no mesmo território.

FRAGMENTOS

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

Esse trabalho é sobre a conexão familiar, que na maioria dos contextos é  rompida pela separação fazendo com que muitas crianças, como eu fui, se  sentiam desprotegidas e vulneráveis e como o abandono afetivo se torna  marcante. A partir dessa realidade muitos passam a ter mais liberdade para  experienciar o mundo sozinho sem direcionamento familiar buscando a  afetividade em relações toxicas. Sempre tive o interesse de retratar este 

sentimento em meu trabalho, ao iniciar o meu processo artístico me apeguei a  essas memórias afetivas e ao semblante facial de como é se sentir sozinho e  perdido na sua construção como indivíduo. Neste trabalho apresento a  fragmentação de cabeças femininas como um raio-x, buscando a compreensão  de minhas memórias perdidas, sonhos e traumas que nos moldam, nos separam  e nos conectam como humanos.

BLOCOS VAZIOS

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

Blocos vazios traz um olhar sobre a crise existencial e transtornos que nunca  foram abordados e ainda são tabus nas grandes periferias, temas que muitas  vezes impactam profundamente nas pessoas e que são estendidos por toda uma  vida, não permitindo a conexão com o seu eu maior. O lar é a grande base para  qualquer individuo se fortalecer dentro da sociedade e nessa obra ele é retratado  com seus espaços vazios, a ideia é mostrar quão tão frágil ele pode se tornar  dentro de um território marcado pelas desigualdades sociais como é a Cidade  Tiradentes. Representei por linhas a ideia do quanto a arquitetura sem a  presença humana pode simbolizar a solidão. 

ESTEREOSCÓPICO 

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

Quem deve viver e quem deve morrer? A série Estereoscópio faz um paradoxo  de como a tecnologia simula a vida e a morte de corpos que transitam e são  alvos de constantes violência gratuita por parte do sistema, corpos que não se 

sentem seguros ao transitarem pelas ruas da Cidade Tiradentes. A todo  momento o julgamento acontece caindo no esquecimento de que pessoas são  compostas de sentimentos, possuem suas subjetividades e vivem em realidades  diferentes. Como a representação física da dualidade humana: vida e morte,  nestas obras apresento a noção de como o ponto de vista pode transformar a  forma e o sentido das coisas.

6- Espelho, modelagem 3D,50cmx50cm,2021.jpg

ESPELHO

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50X50cm 

Espelho traz em sua poética a fragilidade de todos os indivíduos pertencentes a  Cidade Tiradentes, seres humanos que lutam, que sentem, que buscam, que  sonham e que na maioria das situações são caracterizados como insuficientes  para o sistema. Uma homenagem a mim e também a todos os artistas que  viveram e vivem em espaços de poucas oportunidades e que continuam  acreditando que é possível inspirar pessoas e resistir sempre. 

8- O que há em mim saúda o que há em você, modelagem 3D,50cmx50cm,2021.jpg

O QUE HÁ EM MIM SAÚDA O QUE HÁ EM VOCÊ

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

O que há de mais comum entre seres humanos do que o crânio? 

É justamente ao observar um crânio que compreendemos, que apesar de nossas  diversidades, somos frágeis e temos muito em comum, homens, mulheres,  negros, brancos, gays, lésbicas, crianças, idosos, artistas, políticos, policiais,  professores, que compõem a população do bairro da Cidade Tiradentes. Todos  nascem e finalizam a partir da mesma forma, “O que há em mim saúda o que há  em você”, é uma provocação sobre o quanto podemos ter empatia, aprender  com o outro e quanto de nós pode estar em outras pessoas. 

EM MIM

Técnica: Modelagem 3D 

Tamanho 50x50cm 

Estar imersa em si é saber da onde você vem e quem você, é se apegar a  espiritualidade e se conectar com o seu eu maior, criando estratégias de  evolução em todos os aspectos da vida. É não se esquecer do passado amargo,  vivenciado em um território abandonado pelo sistema, trazendo marcas em  minha memória e em minha trajetória. É um ato que fazemos desde a infância  quando usávamos a imaginação para fugir ou criar novas realidades e que se  estendem hoje em diferentes práticas, com as minhas criações artísticas.  Imersão em si, foi criada no intuito de descontruir uma mentalidade que muitos  tem das pessoas que crescem e vivem na Cidade Tiradentes, de que nunca  conseguiremos atingir um patamar de vida ideal e que somos indivíduos  marginalizados, evoca a ideia de transcender realidades físicas, mentais e  espirituais. 

CLIQUE AQUI E CONFIRA a experiência interativa da obra em realidade aumentada e em realidade virtual

Créditos 

Artista: Koral Alvarenga 

Fotografia: Toni Baptiste e Daniela Cordeiro 

Impressão 3D: Bellart3D e Vitor Curti

Realização: Coletivo Entre Linhas

GUERRILHEIRA

Técnica: Modelagem 3d, Impressão 3D 

Tamanho 27cmX5cmX8cm

 

Ser mulher e ter parte da sua história vivenciada em um contexto de violência  social é a realidade de muitas, ser guerrilheira traz reflexões de como é resistir  e existir em um território de alta vulnerabilidade na Cidade Tiradentes. A série  Guerrilheira é o meu Alter ego que aborda a poética do caminhar, onde situações  de constrangimento, de negligência e de violação acontecem dentro desse  contexto e somos atravessadas por inúmeros sentimentos sendo necessário 

usar máscaras físicas e simbólicas para nos proteger desses abusos e conseguir  avançar na caminhada que muitas vezes é solitária. 

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